quarta-feira, 16 de abril de 2014

Somos Escravos de Cristo?

Todos nós temos uma imagem muito negativa sobre a escravatura, principalmente nos moldes praticados na história do Brasil. Paulo e Timóteo, no primeiro versículo de Filipenses se apresentam como servos (escravos) de Cristo. Na verdade, no original grego a palavra utilizada é doulos (pronuncia-se dulos) e significa escravo.

No Antigo Testamento, as pessoas com um relacionamento mais íntimo e obediente a Deus eram chamadas de servas do Senhor, em uma conotação positiva na medida em que coloca o serviço a Deus em posição de destaque. Moisés, nesse sentido, era um verdadeiro servo do Senhor. Um dos objetivos da vida cristã é de chegar, no final da jornada, e escutar do nosso Senhor: “Servo bom e fiel, foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei. Entra no gozo do teu Senhor”.

No tempo de Paulo, sob a dominação do império romano, a pessoa poderia ser escravizada por quatro razões principais: por dívida, por conquista militar, por livre vontade e por ser filho de escravos. Por que Paulo e Timóteo afirmavam serem escravos de Cristo?

Se Cristo pagou a nossa dívida na cruz, somos sua legítima propriedade, assim somos: escravos por dívida. Se, de fato, Deus nos conquistou e nos libertou do Império das Trevas para o Reino do Filho do seu amor, somos agora escravos por conquista militar. Também não somos obrigados a servir, fomos conquistados pelo seu grande amor, somos, portanto, escravos por livre vontade, a partir da obra regeneradora do Espírito. Como no ritual prescrito no Antigo Testamento, esse tipo de servo tinha as orelhas furadas, representando que desejava servir por toda a vida ao seu Senhor. .

Compreender que somos servos (escravos) honrados por servir a um Deus grande, bom e verdadeiro, ao mesmo tempo, não tendo direito algum em rebelar-se contra o nosso Senhor, pois dele somos propriedade, implica em uma disposição de em tudo honrar o seu santo nome: em nossas ações e reações, em nossas atitudes e pensamentos.

Fiquemos com o exemplo de Cristo, que sendo Deus a si mesmo se esvaziou tomando a forma de SERVO/ESCRAVO, sendo obediente até a morte e morte de Cruz . Sigamos o exemplo de Timóteo que buscou não priorizar os seus próprios interesses (Fp. 2). Sigamos também o exemplo de Paulo para o qual o viver era Cristo (Fp. 1:21). Que Deus nos ajude nesse santo, mas difícil e honroso propósito.

Pb. André Augusto Diniz Lira

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