quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Livre Arbítrio, Eleição e Oração

Os calvinistas muitas vezes se deparam com algumas questões que são aparentemente difíceis, e que acabam por inundar nossas mentes com várias dúvidas acerca das verdades bíblicas. Uma destas indagações que é comumente feita aos que advogam a predestinação é a seguinte: por que pregar a palavra e orar por conversões se os salvos já foram eleitos desde a eternidade? Pretendo nesta breve reflexão tratar da questão envolvendo a oração. É contraditório orar sabendo que Deus já escolheu os seus ou a contradição reside na oração feita por aqueles que acreditam no livre arbítrio?

Desde cedo somos apresentados à ideia de Livre Arbítrio, seja em pregações arminianas que ouvimos, ou por filmes e canções, dentro ou fora da igreja. Até mesmo os incrédulos acreditam nesta doutrina, exatamente por que ela dá mérito e poder ao homem, pois “Deus só me salvou por que eu aceitei”. No entanto esta concepção não é bíblica. Quando a bíblia nos fala que o homem está morto em seus delitos e pecados (Ef 2:1) ele não nos dá margem para concluir que o homem está adoentado, com indisposição ou uma mera virose. Ele está morto espiritualmente! Agora pense bem, que escolha tem um morto? A sua liberdade é usada somente para se deteriorar dentro do caixão.

Esta é a realidade do homem depois da queda. O que pecado nos trouxe a morte física e espiritual. Deste modo o pecador só usa de sua liberdade para pecar, assim como uma pedra atirada de um penhasco, a única coisa que pode fazer é continuar descendo até atingir o chão e se despedaçar. Mortos não tem livre arbítrio, é por isso que Jesus nos fala em nascer de novo (João 3:3), e só Deus pode fazer isso, arrancando nosso coração de pedra e nos dando um coração de carne (Ez 11.19-20). Nosso arbítrio não era livre e sim escravo do pecado, e se não fosse à intervenção do Espírito de Deus estaríamos perdidos escolhendo sempre a morte.

Diante de tudo isso que vimos, percebendo a necessidade da intervenção do Espírito Santo para que o homem seja salvo, só podemos concluir que nosso papel é pregar o evangelho, pois ele é poder de Deus para salvação (Rm 1.16), e orar para que Deus alcance o coração do pecador e derrube todas as barreiras, desvendando os seus olhos para que veja a glória de Cristo (2 Co 2.44), se arrependa de seus pecados e o siga pelos caminhos de vida eterna. É preciso orar pois só Deus pode salvar o nosso amigo ou familiar pecador. Só ele pode dar vida a um morto espiritual através do evangelho de Cristo.

          Não existe contradição entre eleição e oração. Oramos, pois sabemos que sem a ação do Espírito convencendo da justiça, do pecado e do juízo (João 16.8) não haveria salvação, todos seriam condenados, como de fato já estão. A verdadeira contradição existiria se acreditássemos no livre arbítrio do homem e que a decisão final estava nas mãos de um cadáver, e assim não haveria esperança alguma de conversão. Mas se cremos nas doutrinas da graça que preguemos o evangelho e oremos sem cessar!

Rodrigo Ribeiro
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Comentários
1 Comentários

1 comentários:

  1. Muito bom o texto

    A sua liberdade é usada somente para se deteriorar dentro do caixão.

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