quinta-feira, 11 de abril de 2013

Triste Imperfeição


Desde o inicio de sua fé o cristão tem um propósito bem definido. Parecer-se com Cristo. Para tanto ele busca firmemente a perfeição. Todo aquele que é nascido de novo almeja isto em seu coração. Este é o seu maior intento e não descansará enquanto não atingir este propósito. Ele se sente encorajado e fortalecido pelo Espírito Santo e impulsionado por sua fé para seguir sua peregrinação.

Mas logo percebe que nem tudo são flores e que apesar de ter experimentado o novo nascimento, abandonando aqueles velhos vícios que o embaraçava no passado e largando toda a sorte de males que o dominava por completo em outros tempos, o velho homem ainda está alojado dentro dele, tentando pegá-lo despercebido e assumir as rédeas do seu coração novamente. Sua natureza carnal continua sobrevivendo, e mesmo sem o vigor de antes, vez por outra ela parece esboçar sinais de reação. É tudo muito rápido. Quando menos se espera, o gigante que parecia adormecido, se acorda, tentando causar estragos. E nesta hora, o mais firme dos crentes titubeia e ver toda a sua reserva de jejuns, orações e leituras bíblicas se esvair subitamente.

O homem interior está sempre pronto a viver com pureza e retidão. Seu espírito quer agradar a Deus há todo momento. E mesmo que não se entregue de forma voluntária e desenfreada a perversão como em outros tempos, ele falha. Sua carne acaba por fazer aquilo que ele mesmo recrimina. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. (Rm 7.19). Há uma desarmonia entre o querer e o fazer. Seu espírito sempre está pronto, mas sua carne é fraca. O desejo de sua alma é oferecer sacrifícios agradáveis ao Senhor, mas seu corpo aspira à imundícia.

É certo que o servo de Deus consegue resistir a muitas das investidas de sua própria carne, ele possui o fruto do Espírito. Mas nem isso é capaz de cessar sua aflição, pois ele ainda apresenta defeitos. A única coisa que deseja o fiel, é poder apresentar-se a Deus como uma oferta suave. Ele sabe que a “mais simples” transgressão que comete, representa uma terrível afronta ao Senhor, a quem ele adora com toda sinceridade. Então o coração do pobre pecador pranteia diante do seu Deus e semelhantemente ao publicano, ele clama: Ò Deus, sê propício a mim, pecador!

Mesmo enfraquecido ele se aproxima do Misericordioso e lhe faz uma oração:

Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões.
Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado.(Sl 51.,2)

Que terrível angústia sente aquele que deseja ser fiel ao seu Criador, e não consegue. Mas mesmo triste seu coração não se desespera, pois logo lhe vem o Senhor e lhe restaura a alma. Pois ele é tido como bem-aventurado, porque chora. E todo aquele que chora pelos seus pecados, será consolado. Ele se levanta do pó e da cinza, limpa as suas vestes e continua sua jornada rumo á perfeição.

- Mas ele jamais a alcançará! (Alguém poderá dizer).

Ele sabe disso! Mas nunca irá se conformar com o pecado.  Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado (1 Jo 5.18). E continuará a sua caminhada até o dia em que o seu corpo será revestido de glória. E assim como Cristo é, ele também será. E em pouco tempo, estará livre da escravidão da corrupção deste fardo de carne, e desfrutará da liberdade gloriosa dos filhos de Deus. E ele não precisará mais perturbar-se com a matéria carnal, pois ela será transformada e imaculada.

E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. (1 Co 15.54)

Missionário Ericon Fábio

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