segunda-feira, 17 de setembro de 2012

UMP Indica: Teologia Natural e a tarefa do Artista Conteporrâneo (Guilherme de Carvalho)


A nossa arte é voltada para sensações ou para percepções? A música que produzimos e reproduzimos até mesmo na liturgia do culto, tem como objetivo maior nos fazer sentir coisas, ou enriquecer nossa percepção?

No mês de Maio do ano de 2012, ocorreu o III Congresso de Teologia e Igreja no Mackenzie, tendo como principal preletora Nancy Pearcy, mas dentre as varias palestras, uma das que vi e me chamou bastante atenção foi este que indico agora: Teologia Natural e a Tarefa do Artista Cristão Contemporâneo, ministrada por Guilherme de Carvalho, que responde de forma brilhante e edificante as indagações feitas no parágrafo anterior.

Esta palestra traça um caminho que se inicia no iluminismo, com o que Guilherme chama de “Giro Narcísico da modernidade”, instante que o homem se coloca como centro de todas as coisas, fazendo com que o mundo exterior perca completamente o sentido, e assim, acaba aprisionado dentro de si mesmo.

Como resposta a este isolamento em si mesmo do homem moderno, o Cristianismo contemporâneo não apresenta uma alternativa correta, mas tão somente uma adaptação. Para o cristão de hoje, o mundo ainda não tem sentido, mas ele foca suas expectativas no mundo que há por vir, deixando de observar a glória de Deus neste mundo, que continua sem significado. Esta visão acaba o levando, assim como o homem hiper-moderno, a buscar somente sensações.

A resposta adequada do artista Cristão, segundo Guilherme, com base em uma consiste teologia reformada e histórica, é um combate à secularização da fé, através de uma nova concepção de Teologia Natural, que se afasta de clássica, muito críticada pelos reformadores, mais que entende a imagem de Deus na natureza, visualizada através de Jesus Cristo, o Deus revelado.

Deste modo, o cristão, deve propor uma arte que traga uma nova percepção, significado ao mundo, se contrapondo a arte hiper-moderna que se perde dentro de si mesmo, numa busca desenfreada por prazer e entendimento, sem um significado maior. Esta jornada teórica, ao longo da palestra, é demostrada através da análise de várias obras de arte plástica de autores significativos como Da Vinci, Picasso e etc.

Esta palestra é imprescindível para todos os que desejam fortalecer sua forma de apreciar a beleza da criação, percebendo nas artes os contornos do Criador, atentando ao significado espiritual de todas as coisas, assim como para os artistas cristãos que precisam se desvencilhar da arte sem significado, focando em meros sentimentos e experiências subjetivas, e alcançar um nível mais amplo e rico de arte.

Sobre o palestrante: Guilherme de Carvalho é casado com Alessandra e pai de duas mocinhas: Ana Elisa e Helena. Seu chamado é o ensino sobre a unidade de Criação e Evangelho, e o escopo universal do Senhorio de Cristo, e tem interesse especial por filosofia da religião, teologia natural e teologia da cultura. É formado pela Escola Superior de Teologia do Mackenzie, mestre em Teologia pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo, e mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo. Foi professor de teologia por vários anos, e atualmente é pastor da Igreja Esperança em Belo Horizonte e diretor de L’Abri Fellowship Brasil.

Assita a palestra:


Rodrigo Ribeiro
@rodrigolgd

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