terça-feira, 18 de setembro de 2012

Duas superstições evangélicas

Pode parecer um disparate falar de superstição em meio aos evangélicos. Mas considerando superstição como crendice nascida e estabelecida em um meio, duas coisas me chamam a atenção nesse nosso universo.
A primeira é a situação de muitos pensarem que o que os torna cristãos é o fato de estarem numa igreja local. Ledo engano. O que nos torna cristãos é o novo nascimento. Quem coloca sua fé na igreja local não passa de um mero religioso. E isto é muito sério, pois quando se tem essa visão de cristianismo, termina se evangelizando mostrando a conversão como simplesmente mudar de religião. Em Mt 3.7-9, João Batista critica exatamente esta classe de pessoas ( Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão). Há vários outros exemplos nas Escrituras, como o jovem rico que não quis abandonar as riquezas para seguir a Jesus (Mc 10.21), Nicodemus, doutor da lei  e não entendia de fato o nascer de novo (Jo 3). Tenhamos pois, nossa fé firmada na rocha, no Senhor da igreja.
                A segunda superstição parece com a primeira. Tem muito crente achando que pode ser cristão fora da igreja. Hoje eles já tem até nome. Os sem-igreja ou desigrejados.  Estes, com toda sorte de desculpas, afirmam poder ser crente longe de uma comunidade de cristãos, e coisas como  se reunir numa lanchonete pra discutir aspectos espirituais da Rio +20 é ser igreja. Isto afronta o princípio bíblico registrado pelo autor da carta aos Hebreus, capítulo 10, versículos 19 a 25, que mostra claramente ato de congregar como uma característica do novo nascido, do verdadeiro crente. No verso 24, o autor diz CONSIDEREMO-NOS uns aos outros. Ou seja, considere o seu irmão digno de ouvir a palavra, digno de receber seu perdão, digno de ouvir um pedido de perdão, digno de crescer junto com você na graça e no conhecimento, digno de ensinar e de ser ensinado. E muito mais. Isto é estimularmo-nos ao amor e às boas obras. E Deus nos proveu esta graça, nos ajuntando para o louvor da glória do seu nome.
                Em síntese, a igreja não salva. Nossa salvação está em Cristo, mas o crente de verdade, verdadeiramente convertido ao Senhor Jesus, vai procurar uma igreja local para congregar e crescer, junto com os outros membros do corpo de Cristo.
Deus nos abençoe.   Presb. Cicero Pereira

Comentários
2 Comentários

2 comentários:

  1. Não creio que o fato de se reunir em um local feito por mãos de homens seja necessário para crescimento, pois a igreja primitiva não tinha local para se reunir e cresceu.
    Quanto ao texto citado não deveria se analisado os outros dois versículos abaixo, ou seja, o 26 e 27.

    ResponderExcluir