quinta-feira, 26 de julho de 2012

A política e o legado perdido dos puritanos


Que seja dito de nós, como foi dito nobremente sobre Davi (At 13.36)“Que servimos à nossa geração segundo a vontade de Deus.”

É bem verdade que vivemos em um país tomado pela corrupção, vislumbramos um evidente caos político, dentro e fora dos governos, fora e dentro da “igreja”. Homens miseráveis, aproveitando-se do poder para satisfazerem os seus mais vis desejos pessoais. No entanto, desencorajar qualquer forma de envolvimento cívico significa afastar-se da rica herança reformada.  

Os “evangélicos” foram o segmento religioso que mais cresceu no Brasil no período entre os censos de 2000 e 2010. Segundo os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2000, os “evangélicos” representavam 15,4% da população. Em 2010, com um aumento de cerca de 16 milhões de pessoas (de 26,2 milhões para 42,3 milhões), chegaram a 22,2%. Em 1991, este percentual era de 9,0% e em 1980, 6,6%. Mas é possível indagar: Qual a força política do pensamento “Cristão” hodierno? Qual a preocupação político-social existe? Qual o receio causado nas autoridades, quando as mesmas violam princípios e valores Bíblicos?

Talvez seja preciso olharmos para trás, mergulharmos um pouco na história dos puritanos, para que nos envergonhemos de nosso “evangelho” atual, percebendo que o “povo de Deus” não foi sempre assim, pois ao contrário do que muitos pensam, o povo do século XVI mudou o seu tempo não só “dentro da igreja”, mas fora dela também.

Os Puritanos foram pensadores sociais e ativistas. Diante da situação da igreja e do estado, até a liberdade de praticar suas convicções especificamente religiosas exigia que eles entrassem na área política. A ação social Puritana era baseada numa teologia do pacto, que requeria das pessoas que buscassem o bem comum da comunidade e que via as boas obras como um ato inevitável de gratidão pela salvação de Deus. Um aspecto da ação social puritana era a preocupação em ajudar os necessitados na sociedade. Sendo principalmente voluntária e pessoal.

A ênfase Puritana na comunidade era compensada por uma preocupação pela liberdade e dignidade de cada indivíduo. Os Puritanos desafiaram o privilegio baseado em posição ou nascimento e encorajaram um espírito de igualdade.

Não é possível refazer a história sem olhar para trás e ver o imenso legado e exemplo deixado pelos reformados, não é possível lutar sem o pleno amor pelo conhecimento tanto das coisas do alto, como das “terrenas”. O povo que revolucionou a Inglaterra com seu pensamento cristão e democrático, lutando bravamente por liberdade na América, influenciando na educação, economia e diversas outras áreas, já não é o mesmo. Mas através de um sonho, é possível sentir o anseio e a saudade, daqueles que mudaram o mundo pela pureza do evangelho.

Quando notamos o presente, por um instante nos oprimimos, mas quando olhamos para o passado, vemos a força do Evangelho mudar uma nação.

Soli Deo Gloria!

Wollney Ribeiro
Igreja Congregacional Zona Sul
Campina Grande PB

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