quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Perseverança dos Santos


“Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus”
Filipenses 1.6

“Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.
João 6.37

                Estamos submergidos em uma geração cristã que têm conjecturas nas mais variadas áreas, posicionam-se das mais diversas formas, criticam segundo as mais diversas ópticas e terminam por optar por um padrão de vida cada vez mais pragmático. O nosso olhar bíblico muitas vezes é colocado de lado e assim cada vez mais enxergamos (ou pelos menos alguns de nós) que os caminhos apresentados pelo cristianismo pós-moderno estão totalmente desvinculados de um caráter, digamos formal, da bíblia, relativizando tudo e postulando axiomas (sem ser repetitivo) cada vez mais emblemáticos.

Da mesma forma que é impossível decidir, por julgamento próprio, escolher o caminho da cruz (ver 3º parágrafo do artigo Vocação Eficaz) é impossível atribuir, ao homem, a capacidade de obter, por capacidade intrínseca, o dom da fé salvadora [1]. Do contrário poderíamos supor que o homem possuí papel decisivo na obra redentora de Cristo e assim estaríamos sendo incoerentes com as claras doutrinas bíblicas expressas em Efésios 1.4-6. E de uma forma geral, somos autores de nossa fé e arquitetos da própria salvação, correto? ERRADO!

Pasme, mas há uma explicação bem aceitável: Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens [2]. Pasme outra vez, mas muito se prega em uma salvação pela graça que pode ser abandonada, obtida e abandonada ... Assim, ora estamos andando segundo Jesus, ora segundo Satanás. E quando ainda restam duvidas sobre isto, vemos que a eleição de Deus é incondicional. Logo a salvação vem pela graça e esta mesma é derramada no coração dos que foram eleitos e estes são chamados eficazmente a uma vida santa, santificados e se santificando estes procedem de forma que perseveram.

A perseverança dos santos, não é, portanto um processo deduzido ou imaginado pelos calvinistas ou por outros, mas sim uma doutrina cristã. Tal afirmativa seria considerada bastante ingênua do ponto de vista arminiano, que por vezes é limitado e bastante superficial. Limitado porque a perseverança não depende de um livre arbítrio, mas sim da imutabilidade de um decreto de Deus: Salvação!

Spencer [3] afirma que “
Portanto, Deus, que é o Autor da "boa obra" (que ele começou no eleito, e não o homem), "quer realizá-la (tempo verbal contínuo, ou manter em realização a obra no santo) até ao dia de Cristo Jesus", quando os eleitos receberão corpo ressurreto e sem pecado! Portanto, a “boa obra” é dEle e não nossa!”

                Todavia não há aqui uma intenção de afirmar categoricamente que alguns estão certos e outros errados ou que as doutrinas calvinistas são as mais corretas e as arminianas não, pelo contrário, possuímos uma cosmovisão calvinista por que ela aponta para os ensinos mais coerentes com a bíblia, pois como expõe Augustos Nicodemus[4]

“... Calvino desejava apresen­tar um critério pelo qual a Igreja pudesse discernir de forma segura, no âmbito da experiência religi­osa, o que realmente procedia da parte do Espírito de Deus, ou de espíritos enganadores. Para ele, havia somente um critério seguro e infalível: o Espírito falando nas Escrituras. Assim, não haveria qualquer diminuição do poder e da glória do Espírito Santo ao concordar com elas, já que Ele as havia inspirado.

            Pregamos a perseverança e outros pontos da visão calvinista não somente porque crescemos em uma educação religiosa proveniente dela, mas porque Calvino simplesmente apóia-se da palavra e por seus ensinos contemplarem um Deus que não lança um homem fora do plano de salvação por seus pecados (embora antes do chamado eficaz, causasse distanciamento), mas que é justo para o punir e misericordioso remidor de pecados e sustentador da vida.

Soli Deo Gloria

[1] Entende-se por fé salvadora àquela que tem proporciona ao homem lugar com Deus na plenitude dos tempos. Diferente da fé momentânea, por exemplo, para conseguir um bem terreno ou confiança em uma pessoa (fé na mesma);
[2]  PAULO: In: A Bíblia de Estudo de Genebra. 2. ed. Barueri, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. O livro de Tito, cap. 2, vers. 11. 
[3] SPENSER, Duane Edward. A perseverança dos Santos. Disponível em http://www.eleitosdedeus.org . Acesso 22 nov. 2011
[4] LOPES, Augustus Nicodemos. Calvino o teólogo do Espírito Santo. 1ª ed. São Paulo – SP: PES.

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