quarta-feira, 8 de junho de 2011

Depravação Total







“ [...] tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.”
Romanos 3.9-12.

            A história da criação contida no livro de Gênesis é considerada, por muitos, imaginária ou fantasiosa, porém a bíblia ensina que realmente existiu um homem que fez pesar a mão de Deus sobre a criação, a saber, Adão. Paulo, devidamente inspirado pelo Espírito fala que em Adão todos morreram (1ª Coríntios 15:22), ou seja, crendo ou não, certo é que a desobediência de Adão e Eva colocou toda a criação sob a maldição do pecado e “por este pecado, eles decaíram da sua retidão original e da comunhão com Deus (Gn 3.6-8 ; Rm 3.23), e assim se tornaram mortos em pecado (Ef 2.1-3) e inteiramente corrompidos em todas as faculdades e partes do corpo e da alma (Gn 6.5 ; Rm 3.10-18)” [1]. Em linhas gerais: O homem natural está totalmente depravado.        
            Não é muito difícil no país mais católico, mais espírita e mais pentecostal do mundo (cerca de 24 milhões de pentecostais, afirma a World Christian Database), presenciar palavras ou atitudes do ser humano tentando sempre fazer algo que traga sua própria salvação, conseqüentemente atribuindo a si mesmo, papel na redenção diante do Criador. Quer seja por boas ações, mortes e reencarnações ou ainda pelo simples fato de estar freqüentando uma igreja muitos já se acham moradores do céu.
             Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” ( João 15:5)
            Esta é uma das muitas afirmativas de Cristo que nos dá base para dizer que o autor da conversão de qualquer ser humano é o próprio Deus, personificado em Cristo. Certamente qualquer um pode aceitar ouvir a voz de Deus e seguir, mas é nesse ponto que reside a grande questão que muitos não compreendem: o homem, por si só, é incapaz de aceitar, porque seu coração depravado só busca o mal. O texto contido em Jeremias 13.23, nos pergunta se é possível alguém fazer o bem se está acostumado a fazer o mal. Cristo nos dá a resposta para essa pergunta no livro de Mateus capitulo 19, versículos 25 e 26: “Ao ouvirem isso, os discípulos ficaram perplexos e perguntaram: Neste caso, quem pode ser salvo? Jesus olhou para eles e respondeu: Para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis”. Ou seja, é impossível os que estão mortos nos seus pecados receberem a Jesus sem que o mesmo os ilumine. Como poderia o homem fazer o bem se seus pensamentos (Gn. 6:5), suas vontades (escolhas e desejos) (Ef. 2:3; 4:22), suas emoções, e mesmo seus corações (Jr. 17:9) são depravados ? De que forma o homem pode escolher ser salvo se Jesus afirma em João 8:34 que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado ?
            Contudo, Deus não tirou do homem a habilidade de fazer o bem. Tanto que enquanto plano de Deus, o homem ainda é livre para fazer o bem. Mas ele não tem a habilidade para fazer o bem; mas é de fato “totalmente indisposto, incapaz e feito em oposição a tudo o que é bom, e totalmente inclinado para o mal” [2] Acreditando que o homem é capaz de fazer alguma coisa, mesmo que mínima, para se aproximar de Deus, esta se afirmando, categoricamente, que frustrado foi o plano reconciliatório de Deus e negando o evangelho da cruz, tornando o homem um pequeno deus. Entendendo a nossa total depravação e incapacidade de nossa própria redenção, podemos entender a graça de Deus!


[1] Confissão de Fé de Westminster, capitulo VI, parágrafo 2
[2] Confissão de Fé de Westminster, capitulo VI, parágrafo 4


Comentários
1 Comentários

1 comentários:

  1. Em outros tempos achava a Depravação Total a parte menos simpática do TULIP e por isso não me interessa muito. Mas hoje percebo que o fato deste conceito ser o primeiro é providencial: se não enterdemos o que somos, jamais aceitaremos a graça redentorada alheia aos méritos humanos!

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